Prefeitura de Itapeva reconhece ações de extensão do Projeto Rondon

Publicado em: 21/02/2014

A Secretaria Municipal de Coordenação de Planejamento da Prefeitura de Itapeva (SEPLAN) encaminhou em 22 de janeiro carta de parabenização à toda equipe que participou do Projeto Rondon 2014 – incluindo alunos e professores da Faculdade de Medicina do ABC. Segundo o documento, o grupo levou na bagagem “metodologia de trabalho que envolve e motiva a todos para a troca de experiências e saberes capazes de transformar a sociedade”.

Ao todo foram 24 professores universitários e alunos da Faculdade de Medicina do ABC, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Universidade Metodista de São Paulo (UMESP), Universidade Presbiteriana Mackenzie e Universidade de Santo Amaro (UNISA) que desembarcaram em Itapeva, a 270 km da Capital paulista, em 11 de janeiro. Foi o quarto período de atuação da equipe, que durante 9 dias buscou dar continuidade ao trabalho junto aos profissionais de diversas secretarias municipais e comunidades carentes.

O objetivo central do Projeto Rondon em Itapeva é a promoção do desenvolvimento local integrado e sustentável. Por essa razão, o trabalho tem como foco orientar o planejamento e realizar atividades que incentivem as comunidades a se organizarem política e coletivamente para superar a situação em que se encontram, além de despertar e descobrir potencialidades.

“A experiência de reunir estratégias de educação, desenvolvimento local, redes sociais de suporte e gestão pública participativa foram essenciais para que a condução das ações ficasse sob responsabilidade dos educadores da FMABC. Alcançamos muitas conquistas no que tange a mobilização da comunidade e a sensibilização do poder público local para questões relacionadas às formas de gestão e planejamentos estratégicos dos principais problemas das comunidades”, explica o professor de Terapia Ocupacional da Faculdade de Medicina do ABC, Ricardo Lopes Correia, que acrescenta: “Nossas ações nas atividades de extensão focam o desenvolvimento local como plataforma de participação social, que é meio e fim para atingirmos as garantias de direitos das comunidades. Entre os resultados, desenvolvemos um plano diretor da comunidade quilombola, apoiamos a construção e participação comunitária da Associação dos Moradores do Kantian, realizamos oficinas de gestão pública participativa para secretários e coordenadores de todos os setores da Prefeitura e promovemos oficinas sobre implantação de políticas e estratégias de redução de danos aos servidores municipais para o cuidado em rede social de pessoas usuárias de álcool e outras drogas”.

Segundo o docente, as ações ganharam grande visibilidade em Itapeva. Prova disso é que está previsto para 2015 o término da construção da Casa do Rondonista, que servirá de base para futuros trabalhos na cidade e em municípios vizinhos.

Aprendizado real
A equipe do Rondon permaneceu alojada na Escola Municipal Dom Silvio Maria Dário. As ações visaram a aproximar os estudantes universitários da realidade de Itapeva, possibilitando o contato com comunidades carentes, a contribuição na busca por soluções junto ao poder público e a capacitação de agentes multiplicadores locais. Além disso, o compartilhamento de vivências foi importante tanto para a formação dos universitários quanto para a comunidade, em processo mútuo de aprendizagem.
“As estratégias de aproximação com as comunidades, servidores públicos e gestores possibilitaram a percepção de que rodas de conversa fortalecem vínculos, amenizam diferenças, ampliam os horizontes do respeito, da dignidade e da fraternidade humana. Mais uma vez, a presença contribuiu para o aprimoramento de nossas ações, aproximando servidores públicos e comunidades, possibilitando o desenvolvimento de políticas públicas verdadeiramente participativas”, afirmaram o prefeito de Itapeva e o secretário de Coordenação e Planejamento, respectivamente José Roberto Comeron e Marco André Ferreira D’Oliveira.

Neste 2014 foram à Itapeva pela FMABC os professores Ricardo Lopes Correia, do curso de Terapia Ocupacional, e Pedro Luís Sodá, do curso de Gestão em Saúde Humana. Completaram a equipe os alunos Vinícius Milani e Olga Skaf, de Medicina, e Heloíse Sene e Priscila Rodrigues, de Terapia Ocupacional. “As atividades de extensão possuem extrema importância na formação acadêmica, pessoal e social dos estudantes e educadores, pois é na extensão que esses atores sociais aprendem o sentido da ação interdisciplinar e da produção de sentidos e significados da experiência do cuidar integral. Aprendemos a trabalhar em coletivo, a desenvolver ações prioritariamente participativas, democráticas e justas. Aprendemos a criar ferramentas de trabalho com a própria comunidade e compomos com o poder público ações mais sensíveis de escuta às linguagens e silêncios das comunidades. Trocamos histórias de vida e compreendemos que, mais do que as lógicas aprendidas na sala de aula, a vida e as relações humanas se fazem em territórios vivos e reais”, garante Ricardo Lopes Correia.